sábado, 5 de agosto de 2017

O que acontece com o cérebro de alguém que “perdeu a cabeça”?




Bom, quando falamos em “perder a cabeça”, não estamos falando de alguém que simplesmente passou mil raivas e partiu pra agressão física. Falamos do ato de ser decapitado mesmo. A decapitação foi um método de execução utilizado por muito tempo, como forma de punição a desertores ou a qualquer tipo de pessoa que fosse julgada por maus atos.




Uma das formas mais comuns de se fazer isso, era fazendo a vítima se debruçar sobre uma superfície plana, e então um carrasco, empunhando uma espada ou machado, acertava seu pescoço até que a cabeça fosse separada. Era um método bastante cruel e tortuoso, pois o ato dependia muito da força e do peso da arma utilizada pelo carrasco, e em muitos casos, a decapitação não ocorria de uma só vez, e a vítima precisava levar vários golpes até ter a cabeça arrancada.
Esse foi um dos motivos que levou ao desenvolvimento da guilhotina, que julgavam privar a vítima de dor, já que seria apunhalada de uma só vez, mas sabemos que a isenção de dor não é verdade.




Existem muitos mitos que cercam essa situação, e uma das perguntas mais frequentes que são feitas sobre isso, é o que acontece com o cérebro da pessoa, depois que a cabeça foi arrancada do corpo. Será que ainda fica agonizando? Será que a pessoa ainda é capaz de escutar e entender algo, ou mesmo enxergar o que está acontecendo poucos segundos após o ato?
Bom, para dizer se isso é possível, é preciso entender um pouquinho melhor como funciona o cérebro humano. O biólogo molecular Francis Crick foi um dos responsáveis pela descoberta do DNA, e isso possibilitou entender como funcionam as atividades cerebrais. Segundo ele, todo tipo de associação que fazemos, é resultado de atividades elétricas nas redes neurais presentes em nossos cérebros. Nós produzimos substâncias químicas que são chamadas de neurotransmissores, estes, que geram sinais elétricos possibilitando a comunicação entre os neurônios, e posteriormente, formando redes neurais.




Quando essas redes são estimuladas, é aí que experimentamos sensações físicas, e as emoções. Teoricamente, pode-se concluir então, que essas atividades elétricas impulsionadas em nosso cérebro, são sinal de que vivemos conscientementedeterminada experiência.
Um estudo feito pela Radboud University, da Holanda, acabou preocupando os pesquisadores. Para entenderem melhor como funciona esse processo, submeteram alguns ratos de laboratório à execução por decapitação. Conectaram aos cérebros dos animais um equipamento chamado de EEG, que é capaz de medir as atividades elétricas cerebrais, e o surpreendente aconteceu: mesmo depois de terem a cabeça separada de seus corpos, eles continuaram registrando atividades cerebrais até 4 segundos após o ato, o que significa que eles continuavam conscientes.
Bom, por mais que estes tenham sido os resultados, não é possível saber se seria aplicável aos humanos também, até porque, não existe a possibilidade de decapitar alguém em nome dessa descoberta. Acontece que, essa dúvida surgiu mesmo durante a Revolução Francesa, época esta em que a guilhotina foi criada.




Depois de uma mulher chamada Charlotte Corday ser executada por este método, um dos executores, cruelmente, pegou sua cabeça e deu um tapa em sua bochecha. De acordo com testemunhas presentes, os olhos da mulher viraram e olharam fixamente o homem por alguns segundos, enquanto mudava sua expressão. Depois disso, as pessoas que eram decapitadas na guilhotina passavam por um teste, onde um encarregado pegava suas cabeças e as convidava a piscar.
Outro caso aconteceu mais tarde, onde o médico francês Gabriel Beaurieux presenciou a execução de um homem chamado Languille, e relatou assustado, que as pálpebras e os lábios do homem ainda tinham contrações irregulares, cerca de 6 segundos após ter sua cabeça separada do corpo. Beaurieux relatou também que chamou por seu nome, e os olhos se levantaram, como se fosse de forma voluntária, sem nenhum espasmo, e se concentraram nele, o que aconteceu duas vezes, mas na terceira tentativo do médico, já não teve mais resposta.
Ao analisar histórias como essas, parece mesmo não existir outra resposta a não ser que “sim”, ainda há consciência depois de uma decapitação. Bom, acontece que grande parte dos médicos modernos reprovam essa afirmação e dizem que esses movimentos não foram voluntários e tratavam-se apenas de espasmos reflexivos musculares. Dizem que depois de ter sua ligação com o coração interrompida, obviamente não há mais circulação de oxigênio no cérebro, e ele começa a morrer. De acordo com o Dr. Harold Hillman, o mais provável é que a consciência se perca dentro de 2 ou 3 segundos após o evento.




FONTE(S) How Stuff Works fatosdesconhecidos
IMAGENS Aventuras na HistóriaFatos Curiosos da HistóriaBoing BoingRevista Fóum

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