Dois tipos sanguíneos, dois sistemas imunológicos, dois tons de pele e até dois DNAs. A modelo norte-americana Taylor Muhl vive em uma condição extremamente rara: seu corpo é a composição do cruzamento celular com sua irmã gêmea no útero de sua mãe.
O nome desta condição fisiológica é quimerismo, ou seja, um indivíduo composto por duas ou mais linhas celulares geneticamente distintas, de acordo com a definição da revista científica Nature Genetics Review. O quimerismo pode acontecer no início da composição de um óvulo ou, como no caso de Taylor, com um fusão placentária, na qual células de dois indivíduos distintos se unem pouco depois de formados.
Modelo divide corpo com a irmã gêmea
Em entrevista ao jornal britânico Daily Mail, Taylor contou que durante toda sua vida achou que a metade de seu tronco que tem coloração diferente fosse apenas uma marca de nascença. Até que em 2009 assistiu ao documentário “Chimerism” ("Quimerismo"), que a fez notar que apresentava as mesmas características de pessoas com esta condição.
“Eu sempre mantive isso em segredo, escondendo a barriga ou usando Photoshop”, relatou a modelo de 33 anos. “Mas agora eu quero assumir a forma como sou e inspirar outras pessoas a se sentirem bonitas e confiantes com suas diferenças”, disse.
Além da questão estética, o quimerismo reflete em alguns problemas para a saúde de Taylor. Ao pegar uma gripe, a modelo fica duas vezes mais abatida, uma vez que, por ter dois sistemas imunológicos, as células de um lutam para combater o outro, o que enfraquece ambos.
Ela também foi diagnosticada com alergia a alguns tipos de metais somente em metade do corpo.
Com qual frequência o quimerismo aparece?
Esta condição é extremamente rara de acontecer. Na grande maioria dos casos, as pessoas não descobrem que foram resultado de um processo de quimerismo - ele só é possível de se identificar com exames de sangue. Estima-se que em todo o mundo existam somente 100 pessoas assim.
Ainda assim, é possível que uma pessoa fenotipicamente normal seja um indivíduo quimérico. O artigo publicado pela Nature Genetics explica que um quadro de quimerismo pode ficar oculto até que haja necessidade de fazer os testes. Citam o exemplo de uma mulher sem qualquer anomalia aparente que só teve o quadro diagnosticado quando seus exames para um transplante de rim se mostraram alterados.
Fonte: vix
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