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O Alzheimer causa danos cerebrais que prejudicam praticamente todas as funções corporais. Essas alterações no sistema nervoso começam até 10 anos antes de surgirem os primeiros sintomas e, com o passar do tempo, se tornam cada vez mais graves. Entenda, a seguir, o que acontece em cada fase da doença e como a lesão é capaz de comprometer de maneira tão contundente a vida humana.
Dano cerebral começa 10 anos antes
Quando os primeiros sintomas da Doença de Alzheimer começam a aparecer, o cérebro do paciente já sofre com os efeitos da enfermidade há pelo menos uma década. Ou seja, dez anos antes de apresentar sinais de sinais de senilidade, esquecimentos, confusões mentais etc., o cérebro de quem tem Alzheimer já é afetado pela doença.
Encolhimento e inflamação no cérebro
Duas características são notadas em quem, dez anos depois, apresenta a doença. Uma delas é uma leve, porém crônica, inflamação do sistema nervoso central. A outra é o início de encolhimento de partes do cérebro doente, nas regiões onde se concentram as habilidades de memória, aprendizagem e planejamento.
O encolhimento precoce do cérebro foi descoberto em um estudo realizado pela Academia Americana de Neurologia, publicado na revista científica Neurology. Nele, 65 pessoas foram acompanhadas por até 11 anos. Do total, 15 desenvolveram a doença e foi constatado que há uma relação entre a diminuição do volume da atividade cerebral nestas pessoas e o surgimento do Alzheimer com até dez anos de hiato.
"Nós também descobrimos que aqueles [pacientes] que expressam este marcador da doença de Alzheimer no cérebro eram três vezes mais propensos a desenvolver demência nos 10 anos seguintes do que aqueles com medidas mais altas [de atividade cerebral]", disse o autor do estudo, Bradford Dickerson, da Universidade de Harvard, em comunicado oficial.
Embora a correlação da doença com encolhimento cerebral e inflamação do sistema nervoso já seja conhecido, ainda não há um mecanismo eficiente para combater o avanço do Alzheimer, explica o neurologista Norberto Ferreira Frota, da Academia Brasileira de Neurologia. “Diversas pesquisas estão focando nos pacientes com alterações patológicos da doença, mas sem sintomas ou com sintomas muito discretos, e infelizmente os estudos ainda são todos negativos”, informa. “Existe, sim, um processo inflamatório nessa doença, mas não temos prova que diminuir esse processo consiga impedir a doença de progredir”.
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Onde Alzheimer age e seus estágios
A doença avança lenta e silenciosamente por até mais de dez anos, mas quando seus sintomas começam a manifestar, pode haver rápida progressão. Não há regra: o curso da doença depende das condições clínicas do paciente e de sua idade. Em média, as pessoas vivem oito anos com o problema, mas há casos em que a sobrevivência é de mais de duas décadas. Entenda como o Alzheimer afeta o cérebro:
Estágio inicial
A forma mais comum na qual a doença começa a se manifestar é pelo hipocampo do cérebro e no córtex entorrinal, que compromete a capacidade de armazenar informações novas. É a área responsável pela memória, aprendizagem, planejamento e pensamentos mais complexos.
Identifica-se, em geral, que depois aparecem complicações em raciocínios mais simples, desorientação espacial e problemas com a linguagem. “A doença pode se iniciar também de outras formas, depende de onde estão concentrados [placas senis e emaranhados]”, informa o médico.
No estágio inicial, contudo, esses sintomas são praticamente imperceptíveis. São mais nítidos no grau seguinte.
Estágio leve a moderado
Este é momento no qual a doença, de fato, se manifesta e os sintomas do estágio inicial são notáveis. Os lapsos de memória são mais comuns e o raciocínio é mais truncado. É comum haver confusões sobre eventos do passado mais próximo com o passado recente e dificuldade em lidar com dinheiro.
Do ponto de vista neurológico, as placas e os emaranhados começam a se espalhar para a parte frontal e anterior do cérebro. São as regiões que lidam com fala e compreensão de linguagem e inteligência espacial, ou seja, percepção de seu corpo em relação ao ambiente.
Os efeitos da doença começam a interferir na vida social e profissional. Quando amigos e familiares notam, geralmente é o momento em que o Alzheimer é diagnosticado.
Estágio grave
Quando a doença chega a este grau, há pouco a se fazer. Há perda da capacidade de comunicação, de reconhecer pessoas próximas e até de simples atividades fisiológicas, como alimentação ou evacuação. As pessoas resistem no máximo cinco anos nesta fase.
No estágio avançado, quase todo córtex cerebral já está bastante danificado. Com a morte massiva dos neurônios, seu tamanho pode encolher até 20% em relação ao período anterior à doença.
Fonte: http://www.vix.com/pt/ciencia/547219/alzheimer-comeca-a-encolher-o-cerebro-10-anos-antes-dos-sintomas-o-que-mais-ele-faz?utm_source=facebook&utm_medium=manual&utm_campaign=VixExplore
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