1. Poldek Pfefferberg, um dos judeus salvos por Schindler, tentou por mais de 40 anos fazer um filme sobre Schindler. O judeu foi morar nos Estados Unidos em 1948 e abriu uma loja de bagagem em Beverly Hills, que o colocou em contato com pessoas importantes de Hollywood. Ele tentou, antes de 1951, interessar o diretor Fritz Lang na história de Schindler. Finalmente, em 1982, ele persuadiu o autor australiano Thomas Keneally a escrever o livro A Arca de Schindler, que se tornou a base para o filme.
2. Steven Spielberg foi rápido para conseguir os direitos do filme, mas feito isso, ele sentiu que não tinha maturidade suficiente para lidar com o assuntos que iam ser tratados no longa. Ele tentou passar para outros diretores, mas todos disseram não.
3. A Universal só permitiu que Spielberg dirigisse o filme se gravasse Jurassic Park antes. Ele concordou, afinal, ele tinha certeza que não iria querer fazer um filme sobre dinossauros após dirigir um filme como A Lista de Schindler.
4. Branko Lustig fez um lobby para tentar produzir o filme de Spielberg. Ele arregaçou a manga e mostrou seu número de Auschwitz tatuado. Na verdade, ele já tinha produzido em Auschwitz para a série de TV War and Remembrance.
5. Muitos atores foram cotados para interpretar Schindler, desde Kevin Costner até Mel Gibson, mas Spielberg não queria um ator “estrela”, porque isso poderia causar preconceitos. Ele escolheu
Liam Neeson após vê-lo no espetáculo Anna Christie na Broadway.
Liam Neeson após vê-lo no espetáculo Anna Christie na Broadway.
6. Para um dos nazistas mais cruéis do filme, Amon Goeth, Spielberg escolheu o obscuro Ralph Fiennesapós vê-lo na versão de 1992 do filme O Morro dos Ventos Uivantes.
7. Fiennes ganhou 28 libras para interpretar Amon Goeth. Sua performance foi tão perfeita que quando a esposa do judeu Pfefferberg, Mila, o conheceu pessoalmente, ela teve um ataque de pânico.
8. Spielberg recusou o salário para produzir o filme, considerando que qualquer dinheiro que viesse desse projeto seria um “dinheiro sujo”.
9. O diretor decidiu filmar em preto e branco por várias razões. Isso o lembrava de um documentário que foi gravado no Holocausto e, além disso, deixar o filme sem cor foi como mostrar ainda mais a dor e o sofrimento daquele momento.
10. A maior parte do filme foi gravado em Cracóvia, nos restos reais do gueto judeu. O campo de concentração de Plaszow foi reconstruído em um poço da cidade e foi a maior reconstrução necessária durante as gravações.
11. Em Auschwitz, Spielberg filmou fora dos portões, mas não dentro, em respeito aos mortos.
12. ” A coisa mais emocionante aconteceu durante a Páscoa,” Spielberg disse em uma entrevista no lançamento do filme. “Nós estávamos celebrando a data e os meninos alemães que interpretavam os nazistas durante o filme vieram com livros de orações dos judeus e sentaram com os atores de Israel e celebraram juntos aquele momento. Eu chorei como um bebê.”
13. Após gravar cenas do Holocausto o dia todo, Spielberg passava as noites editando sequências de Jurassic Park, que ele havia dirigido no outono anterior.
14. Branko Lustig, que sobreviveu ao Holocausto e um dos produtores do filme, disse em entrevista em 2013 que a parte mais dolorosa das gravações foi recrutar crianças para cantar as canções enquanto os judeus estavam sendo levados para os guetos. ” Eu fui aquele que foi até as escolas em Cracóvia pedir para as crianças cantarem as canções e as trouxe para os locais de gravações, para cantar e marchar. Essa foi a primeira e única vez durante a produção que Spielberg teve que me tirar de cena”.
15. Para Spielberg, um dos momentos mais difíceis foi gravar nos campos de concentração, onde os judeus além de estarem pelados, eram humilhados. Ele disse que muitas vezes não conseguia olhar direito para as gravações. Muitas vezes, ele se acabava em lágrimas.
16. Para animar a si próprio, Spielberg falava no telefone com Robin Williams durante as gravações.
17. Em alguns momentos do filme, Spielberg decidiu filmar uma menina que apareceria colorida no longa, aquela que usava um casaco vermelho. Quem fez o papel dessa garotinha foi Oliwia Dabrowska, na época com três anos. Spielberg alertou-a para não assistir o filme até os seus 18 anos de idade, mas ela assistiu aos 11 e ficou traumatizada. Aos 18 ela assistiu novamente. “Eu percebi que eu fiz parte de algo que eu podia me orgulhar,” disse ela em entrevista em 2013. “Spielberg estava certo. Eu precisava amadurecer para assistir o filme”.
18. Na vida real, realmente havia uma menina conhecida por seu casaco vermelho, Roma Ligocka. Ela sobreviveu ao Holocausto e publicou um livro em 2002, The Girl in The Read Coat.
19. O filme teve um custo de US$ 22 milhões. Arrecadou US$ 96 milhões na América do Norte e US$ 225 milhões nas outras partes do mundo.
20. Na premiére de Varsóvia, havia uma banda tocando músicas internacionais judias. Spielberg pegou o saxofone e tocou durante seis minutos com eles. Disseram que ele tocou muito bem!
21. A Lista de Schindler foi indicado a 12 prêmios no Oscar. Ganhou 7, incluindo melhor fotografia, melhor diretor (primeiro Oscar de Spielberg nessa categoria), melhor adaptação, melhor edição, melhor cinematografia, melhor direção artística e melhor trilha sonora original. Neeson e Fiennes foram indicados em suas categorias mas não venceram.
22. Nem todos gostaram do filme. As maiores críticas vieram de estudiosos, ao invés de críticos populares. A autora Sara Horowitz notou que o foco em Goeth como vilão ignorou o papel que os alemães e poloneses mais comuns tiveram no Holocausto. O professor da Brown University, Omer Bartov, notou que os atores judeus pareciam pequenos e inferiores comparados à grandeza e imposição de Neeson e Fiennes e, pareciam espectadores da sua própria história em vez de protagonistas. O cineasta Claude Lanzmann considerou que o filme distorceu a realidade, e criticou Spielberg por contar a história do ponto de vista de um protagonista alemão.
23. Liam Neeson e Ralph Fiennes se reuniram novamente para gravar Fúria de Titãs e Fúria de Titãs 2.
24. Spielberg se inspirou nesse projeto para criar a fundação Shoah e gravar o testemunho de vários sobreviventes do Holocausto. Até hoje, a fundação preserva mais de 50 mil entrevistas.
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