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sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Escolher Temer como vice foi erro óbvio, diz Dilma

© Foto: André Coelho/Agência O Globo Presidente afastada concedeu entrevista a jornalistas estrangeiros.
 
Uma semana antes do início do julgamento final de seu impeachment, a presidente afastada Dilma Rousseff afirmou que escolher o presidente interino Michel Temer como vice-presidente foi um erro político óbvio, porque foi traída. Em entrevista a jornalistas estrangeiros no Palácio da Alvorada nesta quinta-feira, a petista negou que esteja abandonada pelo seu partido e disse que seria erro "monumental" não ir ao Senado se defender.
- Errei porque escolhi uma pessoa que teve uma atitude de traição em relação à cabeça de chapa, que sou eu. Eu tive 54,5 milhões de votos. Os votos foram dados à minha candidatura - declarou Dilma sobre seu companheiro de chapa nas duas eleições.
 
Ela ironiza uma carta enviada pelo peemedebista em dezembro do ano passado, na qual reclamou de ser um "vice decorativo":
- Quando ele dizia que era uma figura decorativa, na verdade o que ele queria ser não era vice-presidente, era presidente.
 
Apesar de admitir que cometeu um erro político "óbvio" ao escolher Temer para vice-presidente, a petista disse que não era possível prever o que aconteceria.
- O (erro) político, é, visivelmente eu errei na escolha do meu vice-presidente. um erro, eu diria assim, óbvio. Da pessoa (Michel Temer) eu esperava lealdade. Agora, o processo político é um processo político que estava em curso. Você não antecipa a realidade, você vive a realidade.
 
A primeira vez que Dilma declarou publicamente que "pode" ter cometido erros foi quando já estava afastada da Presidência: no dia 12 de maio, em frente ao Palácio do Planalto, acompanhada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ex-ministros.
- Posso ter cometido erros, mas não cometi crimes - disse Dilma Rousseff à época.
 
Em carta "ao Senado e ao povo brasileiro" divulgada nesta terça-feira, Dilma escreveu que acolhe com humildade críticas a erros do seu governo. Nesta quinta-feira, a presidente afastada ressaltou, contudo, que também é necessário reconhecer acertos dos governos dela e de Lula.
 
- Olhar para trás é reconhecer também os grandes acertos do governo do presidente Lula e do meu governo, no sentido dos ganhos sociais.
 
Ao ser perguntada do inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal para investigar se ela obstruiu a justiça, Dilma Rousseff respondeu que acha a situação "complicada", mas se defenderá com "muita naturalidade". Em seguida, insistiu com os repórteres para que mudassem de assunto.
 
- Vocês me desculpem. Eu não vim aqui só ficar discutindo isso.
Dilma, que voltou a dizer que a Lava-Jato foi viabilizada pelos governos do PT, e que a operação não mira só na sigla, negou que esteja abandonada pelos correligionários. O presidente da legenda, Rui Falcão, e o próprio Lula discordam da tese de Dilma de que deve haver um plebiscito para convocar novas eleições.
 
- Não acho que eu tenho falta de apoio do Partido dos Trabalhadores. Então não tenho como responder sua pergunta. Não vejo - afirmou Dilma na primeira resposta da entrevista coletiva. Ao ser questionada sobre a postura do PT sobre o plebiscito, ela completou: - Isso não é falta de apoio, isso é uma diferença de opinião.
 
A petista irá ao Senado no próximo dia 29, e o julgamento final de seu impeachment começará quatro dias antes. Para ela, não ir ao Senado seria um erro "monumental", e que ela espera justiça.
- Seria um equívoco monumental entregar a democracia como um campo de debate para outro. Para os golpistas - disse, complementando: - Eu espero, do Senado, justiça. Não posso esperar outra coisa. O que eu farei no Senado é argumentar não só a favor da democracia, a favor do respeito ao voto direto do povo brasileiro, mas também argumentar a favor da justiça.
 
 
Fonte:
Agência O Globo      
 
Agência O Globo

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